Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de março, 2011
Punha-se nua e nem àquela a quem se despia seu corpo se evidenciava. Era invisível, como uma fina lasca de cristal pela qual se podia ver o outro lado; dentro dele o aparente vazio e a transparência quase pura denunciavam a fragilidade do que fora intocado. Imaculada esgueirava os olhos pela fresta entreaberta da porta, ameaçava sair, mas suas pernas inertes enraizavam ao rangido velho do assoalho, vinha a tempestade e silenciava o fecho de luz que trazia lá de fora o mundo. O escuro e o silêncio eram a calma desesperada do que gritava nela, engolindo cada um de seus pensamentos e atirando pra longe, tão distantes quanto podiam até perder-se de si. Perdia a força e a voz, os fortes ventos chacoalhavam cada porta e janela, os estilhaços do que se destruía atingiam-lhe os olhos e rasgando a pele a dissolviam lenta e dolorosamente. Ainda assim, não se podia vê-la.

Elis... Sempre Elis...

se evidEncia sobre a triste e cinza dor do que passou sorri, pois de nada vale sua vida sem o prazer de viver e canta, canta como se nada mais no mundo importasse sorri, pois é jUstamente este o seu dom entre a voz, os sorrisos, os olharEs de carinho se faz inatingível e bela única e distante e choro e sofro a falta dEla, e do arrepio às lágrimas me comove e me eleva (meus olhos choram a falta dos teus) e eLa é tão clara e tão sutil, deixa que os lábios entreabertos soltem a expressão de toda a sua alma pelo som. (meu bem, não tenha medo. No verão que vem nós vAmos à praia) e tudo vai volta pende cai volta e vai. (eu tenho mais de mil perguntas sem resposta)

Tempestade

Vinha caminhando pela rua, sob meus pés a água avançava pesada e turva. A chuva ameaçava - sem vontade - cair outra vez, o mesmo olhar acanhado de sempre; Eu seguia, tão pequena. Olhava em volta e ao redor o medo abria aquele sorriso sarcástico, oferecendo-me o calor do seu infame abraço, ainda assim ansiava o arrepio que me percorria, daquele pouquinho dela que me foi concedido... não havia provado nada mais tentador antes. Ela vinha devagar, tocando-me os lábios, pra que entre lágrimas eu lhe sorrise; O frio cortava a pele, sentia o sangue escorrendo entre os dedos, e a paixão dos seus beijos me arrancava os pedaços, cada gota caindo parecia uma presa a me agarrar... mas é sempre tão doce lhe pertencer. Ela me tinha com tanta força e vontade que não percebia sequer o quão insignificante eu era diante da sua imponência, quanto mais eu me entregava, mais intensa despencava do céu, tomava tudo que estivesse ao alcance. Eu já perdera os sentidos e me arrastava silenciosa no escuro daquel