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Mostrando postagens de setembro, 2012

Doçura,

Abri os olhos pela manhã com o sol batendo na cara, os olhos arderam logo que abri. Hoje o dia amanheceu triste, me olhando impaciente desde cedo, eu não pude levantar, cobri os olhos e virei pro lado... Aonde eu poderia ir? Pensei em você durante a noite... Onde você estaria? Há tempos não nos vemos, não sei mais da sua vida... Acho que nunca soubeste da minha. Sinto falta de você aqui, sinto falta de ser tua, de sentir amor, de ser acariciada sem razão.. Eu lembro tão bem do jeito que me olhavas... Acho que a coisa mais bonita que já vi fazerem por mim foi o olhar que você me lançava. Até agora não sei porquê acabou... Fiquei pensando logo cedo na vida que tivemos juntas, dos nossos bichinhos barulhentos e bagunceiros, dos planos e sonhos que compartilhavamos, da saudade, da vontade, dos encontros cheios de abraços apertados, dos beijos e do calor do teu corpo me envolvendo... Eu tentei de tantas maneiras te trazer pra mim, eu tentei tantas vezes te manter aqui.. Não entendo com

Vazio.

Foi-se o tempo em que a página branca bastava pra que as palavras pudessem dizer por mim o que minha voz não sabe fazer... Hoje passei boa parte do meu tempo diante da folha, rabiscando, riscando, rasgando... Nada fluindo dentro de mim... Cansada de falar, de tentar, de me agarrar quase sem forças às pedras enquanto a água de tantas tormentas me arrastavam para o fundo; com as mãos cortadas, sangrando, o rosto inchado de lágrimas, as pernas vacilando de medo... De tanto cansaço acabei me deixando levar, e resolvi calar qualquer mágoa, qualquer dor; Dizem que a água salgada cicatriza, eu deixo a água lavar meu corpo sem me importar pra onde vai; Aos poucos as descargas elétricas da tempestade esfarelam partes de mim e eu sinto que alguma delas está morrendo, e outra, e outra, e outra... É curioso, me sinto cada vez mais vazia, cada vez mais sem mim e ainda assim eu sou jogada cada vez mais fundo pela maré bravia, já não dói mais, começo a me esquecer quem fui. Quem serei agora?
"Eu não escrevo pra ninguém e nem pra fazer música; E nem pra preencher o branco dessa página linda, eu me entendo escrevendo e vejo tudo sem vaidade. Só tem eu e esse branco e ele me mostra o que eu não sei, e me faz ver o que não tem palavras, por mais que eu tente, são só palavras." Palavras não falam - Mariana Aydar