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O dia de amanhã

Vivo repetindo nas minhas divagações a palavra TEMPO, e pode parecer cansativo quando uma coisa assim parece agir de maneira igual por aí, mas não pra mim. Os dias passam por mim em ritmos diferentes, e cada vez mais rápido anunciam que logo tudo vai parar. As coisas são diferentes porque posso ver o quanto do caminho ainda posso seguir, o quanto posso percorrer.
Ser diferente é o que todo mundo acha que é, e por mais que ninguém seja igual, ninguém sabe verdadeiramente o que é sentir-se dessa maneira, ver o fim antes mesmo que tudo tenha acabado. Demora pra acostumar com esse tipo de coisa, eu particularmente levei tempo demais; Valorizando o que não me dava retorno, esperando por coisas que jamais viriam, e por mais que eu soubesse, eu permanecia esperando, querendo acreditar.
Nunca acreditei na maldade dentro de ninguém, maldade pura e absoluta. Não vejo como isso pode ser possível, e portanto não acredito que ninguém seja inteiramente responsável pela dor do outro. Somos nós quem fazemos nossas escolhas, e sendo assim, definimos nosso caminho.
Eu levei muito tempo para aprender a pensar em mim, no que é bom pra mim, no que me faz bem de verdade. Eu não tenho mais todo esse tempo e desde que aprendi a lidar com isso eu procuro viver da maneira mais intensa possível.
Dentro de mim só restou espaço pra aquilo que realmente vai me arrancar o riso, a euforia, a vontade de viver e de continuar. Nada que possa me tornar pequena, me diminuir, me entristecer, nada mais tem o direito de ocupar nem uma linha da história que vou escrever. O que eu amo vai estar sempre em mim, quem eu amo vai permanecer sempre ao meu lado, me fazendo respirar cada vez mais forte, até que o ar deixe os meus pulmões de uma vez por todas. Eu finalmente sei o que é ter felicidade, e eu espero poder continuar cada vez mais viva, espero continuar essa história até o fim. Agora posso dizer quem eu sou, agora sei pra onde quero ir.

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