Uma amiga minha riu ao ouvir-me dizer que tinha uma auto-estima bastante baixa - convenhamos que a palavra por si já é bastante deprimente. Comentou em outro momento sobre o contrário, como quem não quer nada, como quem não se lembra do que já foi dito.
Eu a julguei leviana então, provavelmente, mas isso de fato permaneceu rondando as minhas reflexões sobre mim.
Recentemente, ao travar a já conhecida batalha com meu interior - ou seriam interiores? - eu passei a dar mais atenção ao que ela bradava, ainda, vez ou outra por aí.
Não me sentir muito realizada ao olhar-me no espelho, ou ter uma convivencia quase de tolerância com minha própria personalidade, ser critica demais com meus próprios defeitos e não aceitá-los jamais, lamentá-los, na verdade... Isso não torna as coisas melhores ou piores... talvez lamentar sempre torne pior, mas ao que me parece, a escolha é minha.
Desde que parei de escrever por outras pessoas pra pensar um pouquinho mais em mim, eu comecei a entender um pouquinho mais o que a minha querida amiga segredou-me um dia.
Achar que todos os problemas do mundo são por minha causa, e chorar por sentir-me culpada por qualquer coisa que aconteça num raio de 30 pessoas indiretamente ligadas a mim, não é baixa auto-estima, ela é aliás elevadíssima dessa maneira, não tenho certeza de que o mundo gira ao meu redor, então?
As coisas não acontecem por minha causa, nem as pessoas tem problemas por isso também, é pretensão demais sofrer por isso, eu sou apenas mais um número, no meio de quase 10 bilhões de pessoas, e perceber a insignificância que temos neste mundinho, no fundo, tornou-se um pouco mais difícil do que achar que ele estava ruindo por minha causa.
Evidente, afinal, eu nunca me senti muito relevante em minha própria casa, porque o mundo haveria de se importar? Quanta ingenuidade, quanta ingenuidade...
É claro que escrever fantasiosamente sobre amores e minhas reflexões sobre o que está além de mim fica bem mais bonito, encanta, até eu às vezes gosto (às vezes, grifem), no fundo o romantismo encanta até aos mais sensatos corações, percebam... mas nunca me levou muito longe tudo isso... Aqui dentro, desbravar é bem mais perigoso, como uma aventura mais arriscada, mas não fica muito bonito no papel (que papel? rs), concordo. É o que tem pra hoje... nada mais.
C'est la vie.
E quem disse que eu tenho todas as respostas? Às vezes a gente só quer sentir que pode confiar em alguém, um colo, um porto... A vida ensina que o amor é poder encontrar conforto em alguém. A segurança de um café quentinho e um abraço apertado. Não acredito em contos de fada, eu acredito na realidade que eu tenho. E ela é boa.
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